No início de abril, as novas tarifas comerciais implementadas pelo governo dos Estados Unidos sob a liderança de Donald Trump começaram a gerar efeitos significativos no setor de moda. Marcas renomadas pertencentes aos grupos LVMH, Kering e Hermès, que são amplamente reconhecidas entre os consumidores de luxo americanos, registraram quedas expressivas em suas ações nos mercados financeiros.

As ações da Hermès sofreram uma diminuição de 5,44%, enquanto a LVMH enfrentou uma queda ainda maior, com 14,34%. A Kering foi a mais afetada entre as três, apresentando um declínio acentuado de 25,58% desde a implementação das novas tarifas. 

Esta política comercial estabelece uma taxa de 20% sobre produtos importados da União Europeia, afetando diretamente o mercado francês, onde estas marcas possuem forte presença.

Os Estados Unidos são um mercado crucial para o setor de luxo francês, ocupando atualmente a quarta posição no ranking dos destinos das exportações do país europeu. Em 2022, as exportações francesas para os EUA incluíram aproximadamente 4,5 bilhões de dólares em perfumes, cosméticos e artigos de couro. Além do setor de moda e beleza, outros segmentos, como o de vinhos e destilados, que são vitais para a LVMH — com mais de vinte marcas sob seu comando — também podem ser severamente impactados por essas tarifas. O futuro do mercado diante dessa nova realidade é incerto e requer observação atenta.

Altas porcentagens

Por outro lado, as tarifas de 104% impostas pelos Estados Unidos contra a China entrarão em vigor nesta quarta-feira, 9, após o país asiático se recusar a desistir da retaliação em relação às tarifas americanas dentro do prazo estipulado pelo presidente Trump até as 13h do dia anterior.

Na madrugada que precedeu essa data, a China reafirmou sua posição contrária ao recuo nas decisões tarifárias e declarou estar preparada para continuar respondendo às medidas comerciais americanas, embora tenha destacado que “em uma guerra comercial não há vencedores”.