Um olho na entrada, outro na segurança: é crucial.

A realidade é dura e recente: crimes chocantes revelam como falhas básicas podem ser a porta de entrada para bandidos invadirem condomínios.

Pense na seguinte cena: em uma manhã comum, no elegante bairro de Higienópolis, São Paulo, o dia parecia seguir sua rotina. Carros circulando, moradores indo e vindo… até que a normalidade se desfez em um pesadelo.

Oito criminosos armados invadiram um prédio de alto padrão, fizeram 20 moradores reféns, roubaram pelo menos sete apartamentos e escaparam antes da chegada da polícia. Um ataque planejado e preciso.

Mas como isso aconteceu? A resposta é tão assustadora quanto simples: a falha começou na portaria. A quadrilha chegou em um veículo com placa clonada, idêntica à de um morador. Quando o portão abriu para o acesso à garagem, eles entraram sem levantar suspeitas. Antes de invadir, já tinham feito um movimento estratégico: cortaram os cabos de internet e derrubaram o sistema de câmeras. O resultado? A segurança ficou cega e surda.

O que veio depois foi terror: moradores rendidos, celulares confiscados e criminosos agindo livremente em um arrastão pelos apartamentos.

As falhas que levaram o porteiro a abrir o portão foram cruciais:

  • Reconhecimento facial falho: o porteiro confiou na aparência do carro e não conferiu quem estava dirigindo.
  • Falta de dupla checagem: nenhuma confirmação de identidade foi feita. Um simples contato via interfone poderia ter mudado tudo.
  • Dependência total da internet: com o corte dos cabos, toda a segurança digital ruiu. Sem câmeras, sem registro, sem reação.

Porteiro atento salva vidas. Quem está na portaria não é apenas um colaborador: é o guardião de todo o prédio. A segurança começa (e muitas vezes termina) ali, no portão. Uma distração pode abrir caminho para o crime, mas a atenção aos detalhes pode ser a diferença entre um dia comum… ou um dia que ninguém quer viver.

Especialista em segurança condominial há 29 anos, MBA em Gestão e Desenvolvimento de Pessoas (FGV)