Com quase quatro décadas de carreira, Jayme Bernardo se consolidou como um dos maiores nomes do design autoral brasileiro. À frente do selo DIEEDRO, ele transita com maestria entre arquitetura, interiores e design, sempre desafiando convenções e buscando novas formas de criar e provocar. Sua jornada é marcada pela inquietação criativa, pela curiosidade insaciável e pelo desejo de transformar não apenas o mercado, mas também a maneira como as pessoas se relacionam com os espaços. Em uma conversa reveladora, Bernardo compartilhou sua visão sobre a evolução de seu trabalho, a importância de levar a DIEEDRO ao Salone del Mobile, em Milão, e seus planos para o futuro, que incluem expandir internacionalmente e deixar um legado para as novas gerações de designers.
Ao longo de quase 40 anos de carreira, você construiu uma marca que transita entre arquitetura, interiores e design autoral. O que te impulsiona a manter essa inquietação criativa e a expandir constantemente seus horizontes?
Acredito que o movimento é essencial para qualquer processo criativo. Nunca me contentei com fórmulas prontas. O que me impulsiona é a curiosidade — seja ao visitar feiras internacionais, conversar com novas gerações ou observar o comportamento das pessoas nos espaços. Gosto de provocar o olhar, experimentar materiais e misturar referências. Meu trabalho só faz sentido se continuar me desafiando e surpreendendo os outros. Expandir não é só crescer, é transformar.
A DIEEDRO tem ganhado cada vez mais destaque no design brasileiro e internacional. Como foi levar seus lançamentos ao Salone del Mobile, em Milão?
Foi um momento muito especial. Levar a DIEEDRO ao Salone del Mobile é mais do que uma conquista — é um reconhecimento da maturidade e da identidade do nosso design. Apresentamos as coleções Orbitale e Intermezzo, feitas em parceria com a Modalle. Essas coleções traduzem nosso olhar para o conforto com sofisticação. Estar em Milão, entre os grandes nomes do design mundial, fortalece nossa presença e mostra que o Brasil tem muito a dizer nesse cenário.
Você tem uma trajetória muito plural, com atuação no Brasil e no exterior. O que você ainda deseja realizar nos próximos anos?
Apesar das muitas conquistas, continuo movido por desafios. Um desejo é aprofundar ainda mais a atuação internacional — especialmente na Europa e nos Estados Unidos, onde já temos projetos em andamento. Também quero expandir o impacto da DIEEDRO como marca de design autoral brasileiro no exterior. Além disso, tenho a vontade de deixar um legado formativo, talvez com algo ligado à educação ou mentoria, para jovens arquitetos que queiram trilhar um caminho com autenticidade e coragem, como fiz.