Empreendedora por vocação e mãe por amor, Flávia Nasser transformou a arte de preservar memórias em um negócio cheio de propósito. À frente de sua marca de álbuns e scrapbooks personalizados há mais de vinte anos, ela une estética minimalista, afeto e qualidade excepcional. Ainda em meio à ascensão do quiet luxury, suas criações refletem um desejo contemporâneo: viver com mais intenção e guardar, com cuidado, o que tem valor afetivo.
Conversamos com Flávia sobre como tudo começou, suas inspirações e como é dividir a jornada empreendedora com seu filho – em um papo que é também uma homenagem ao Dia das Mães.
Quando você percebeu que os álbuns poderiam se transformar em um negócio “de verdade”?
Começou de forma muito natural. Sempre gostei de registrar momentos e montar álbuns — era um hábito pessoal, quase terapêutico. Eu presenteava amigas e via o quanto elas se emocionavam com o gesto. O ponto de virada veio com a entrada do meu filho, João Paulo, como sócio. Ele trouxe um olhar mais estratégico e estruturado para o negócio, criou o site, organizou o perfil no Instagram e, a partir disso, conseguimos escalar a produção. Hoje, chegamos a produzir cerca de 100 álbuns por dia. Acredito também que o negócio cresceu principalmente porque resgata algo essencial que estava se perdendo: o hábito de preservar memórias de forma tangível, afetiva e duradoura.
O conceito de quiet luxury está muito em alta. Como você sente que os seus álbuns se conectam com esse movimento?
Sinto que os nossos álbuns traduzem com muita fidelidade o espírito do quiet luxury. Eles não são produtos que chamam atenção pelo excesso, mas sim pelo cuidado, pela sofisticação dos materiais, pelo acabamento e pelo significado. Em um mundo saturado de estímulos digitais, um impresso tem esse poder de resgatar o valor do tempo, da presença, do toque. Ele não é só um objeto bonito — é um ritual de afeto.
Você é uma pessoa que adora viajar. Como as suas viagens influenciam o processo criativo?
Viajar sempre foi uma parte muito importante da minha vida — eu gosto muito! E mais do que isso, viajar me lembra o quanto é importante eternizar as memórias. Quando volto de uma viagem, fico com aquela vontade de manter tudo vivo, e isso me motiva a continuar criando produtos que ajudem as pessoas a fazerem o mesmo. Guardar lembranças de uma viagem é muito mais do que fotos: é o cheiro, o toque, as histórias que vivemos ali. Isso me inspira profundamente!
Qual é a importância que você dá às memórias no seu dia a dia?
Acho que são elas que dão sentido à nossa trajetória. No dia a dia, me esforço para cultivar momentos significativos e registrar tudo aquilo. Quando a gente entende o valor de uma lembrança, passa a viver com mais presença e intenção. Gosto de registrar, de contar histórias, de reviver momentos olhando uma foto. Acho que, no meio da correria, das notificações, das coisas passageiras, lembrar do que realmente importa é tão especial… Às vezes, um simples álbum pode trazer de volta sensações que a gente nem lembrava que estavam ali. E é esse tipo de emoção que me move.
Como é trabalhar com o seu filho dentro do negócio?
Eu nunca imaginei que meu sócio seria meu filho! Com certeza, essa é uma das partes mais especiais dessa jornada. Trabalhar com meu filho é um privilégio e, ao mesmo tempo, um exercício constante de escuta, adaptação e parceria. Ele traz um olhar novo, digital, questionador. Eu trago a experiência, o cuidado artesanal, o lado emocional do negócio. Nos complementamos. E, mais do que sócios, somos mãe e filho, o que torna tudo ainda mais afetivo. Especialmente agora, perto do Dia das Mães, fico ainda mais grata por poder construir algo tão bonito ao lado dele.
Se você pudesse resumir a sua missão com a marca em uma frase, qual seria?
Ajudar as pessoas a valorizarem suas histórias — acho que é isso! Crio produtos de qualidade, que tenham significado, que durem e emocionem. Meu maior desejo é que cada álbum entregue seja um lembrete de que nossa vida merece ser lembrada com carinho.