Premiadas internacionalmente, as arquitetas Amanda Castro e Giovana Giosa, à frente do SAAG Arquitetura, vêm consolidando uma trajetória marcada por sensibilidade, excelência técnica e um olhar profundamente conectado ao contexto brasileiro. Reconhecimentos como o IF Design Award e o Paris Design Awards deram visibilidade global ao trabalho da dupla, mas, mais do que troféus, essas conquistas reafirmam o compromisso de Amanda e Giovana com uma arquitetura que alia estética e significado, forma e função.
Neste bate-papo exclusivo, elas falam sobre o impacto do reconhecimento internacional na jornada do escritório, os pilares que sustentam cada projeto — da escuta atenta ao rigor técnico — e os sonhos que ainda desejam tirar do papel. Uma conversa que revela não apenas o fazer arquitetônico, mas a visão de mundo por trás de cada traço.
Como vocês enxergam a importância do reconhecimento internacional, como as premiações no iF Design Award e no Paris Design Awards, para o fortalecimento da SAAG Arquitetura?
Amanda Castro: Esses reconhecimentos internacionais são muito significativos para nós — não só como validação estética, mas principalmente como confirmação de que nosso trabalho é capaz de dialogar com diferentes culturas e contextos. Quando apresentamos a GGL House no World Architecture Festival, em Amsterdã, em 2019, foi um marco. Em 2020, ganhar o iF Design Award com o mesmo projeto, na categoria Residencial, reforçou esse sentimento. E, mais recentemente, o Paris Design Awards 2023, com o apartamento VMS, nos trouxe ainda mais visibilidade.
Giovana Giosa: Esses prêmios fortalecem a nossa responsabilidade, enquanto arquitetas brasileiras, de levar uma arquitetura sensível, contemporânea e enraizada no contexto local para o mundo. É um incentivo para continuarmos buscando excelência, sem perder a nossa essência.
Para vocês, o que não pode faltar em um projeto de arquitetura e design de interiores?
Amanda Castro: Para mim, não pode faltar escuta. É a partir dela que conseguimos traduzir desejos e histórias em formas, texturas e atmosferas. Um bom projeto nasce da empatia — de olhar para o outro com atenção e transformar isso em espaço. A estética vem junto, mas sempre a serviço da vivência. Gosto de pensar que projetamos não só casas, mas cenários de vida.
Giovana Giosa: O que não pode faltar é coerência entre forma e função. Sou muito atenta aos detalhes técnicos e acredito que beleza e conforto precisam andar juntos. Também dou muito valor à materialidade — como a escolha certa pode mudar completamente a experiência de um ambiente. Mas, no fundo, o mais importante é criar ambientes que façam sentido para quem vai viver ali. O projeto precisa contar uma história, e essa história tem que ser verdadeira.
Existe algo que vocês ainda não realizaram profissionalmente e que sonham em concretizar nos próximos anos?
Amanda Castro: Sonho em desenvolver um projeto público com impacto social real — algo que possa transformar uma comunidade, um bairro, uma rotina coletiva. Acredito que a arquitetura tem um papel potente na construção de um cotidiano mais digno e para todos.
Giovana Giosa: Sonho em desenhar uma linha de mobiliário autoral — algo que nasça da nossa prática de projeto e traduza o nosso olhar em escala menor. Acho que o futuro é ampliar, sim, mas sempre com raízes firmes.