Aos 38 anos e à frente da construtora e incorporadora Alumbra, Alex Sales carrega desde cedo o espírito empreendedor. Ainda na infância, decidiu vender bolo e sacolé (gelinho) com o objetivo de comprar, com o lucro obtido, a sua primeira bicicleta.
Natural de Minas Gerais, Sales passou por diversas experiências, obstáculos e aprendizados até consolidar-se no mercado imobiliário. Começou como corretor, depois atuou como consultor e, por fim, fundou a Alumbra Empreendimentos Design. Atualmente, é uma referência em construção civil em Balneário Camboriú. A empresa possui um Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 450 milhões em carteira e R$ 1,5 bilhão em lançamentos previstos para os próximos 24 meses, além de um banco de terrenos avaliado em R$ 6 bilhões para os próximos seis anos. Apesar dos números expressivos, Alex ressalta que seu foco vai além da lucratividade: ele idealizou e mantém o projeto social Instituto Vislumbra.
Como foi a sua trajetória no mercado imobiliário, de corretor de imóveis a dono de uma construtora?
Eu trabalhava como assessor parlamentar na Câmara Municipal de Vila Velha e na Assembleia Legislativa do Estado, mas queria voltar para minha terra natal, em Minas. Foi então que comecei a trabalhar em uma pequena imobiliária. No entanto, não durei mais de três meses na empresa — me disseram que meu perfil não se encaixava na área. Aquilo me motivou ainda mais. Decidi que era exatamente isso que eu queria fazer.
Fui para uma grande empresa de corretagem, a Brasil Brokers, e fui aceito. No primeiro mês, vendi seis apartamentos, ganhei um carro como premiação e fiquei entre os três primeiros colocados entre 500 corretores.
Trabalhei lá por três anos, até abrir minha própria imobiliária, que chegou a contar com mais de 300 profissionais. O problema é que, naquele momento, achei que estava garantido. Me aventurei em um novo negócio, investi em caminhões — e fui à falência em dois anos. Depois de muita dificuldade, entrei para o ramo de consultoria, consegui me reerguer e, então, fundei a Alumbra Empreendimentos Design, junto com meu sócio e investidor, Franciscus Van de Weijer.
Por que você acredita que decidiu se arriscar em outro setor, mesmo estando em ascensão no mercado imobiliário?
Acredito que foi puro entusiasmo. Eu estava vivendo um momento de ascensão muito rápida e próspera. Mudei de rota por imaturidade — e acabei passando por dificuldades extremas, sem nada na geladeira para comer. Mas eu também acredito que nada acontece por acaso. Ter vivido esse momento foi essencial para me reconectar com aquilo que eu realmente domino: o mercado imobiliário. E foi nesse contexto que nasceu o meu maior projeto de vida, o Instituto Vislumbra.
O que é o Instituto Vislumbra?
A cada empreendimento lançado pela Alumbra, destino uma porcentagem da receita para a construção de lares destinados a famílias sem moradia ou em situação de vulnerabilidade nos municípios onde atuamos. Neste ano, construímos 10 casas em Porto Belo e estamos finalizando os acabamentos para entregá-las em julho. Meu próximo objetivo é investir cerca de R$ 25 milhões para tirar 250 famílias das ruas até 2030.
Inicialmente, a proposta era criar uma fundação. No entanto, por causa da burocracia governamental e fiscal, decidi transformá-la em instituto para conseguir tirar o projeto do papel de forma mais ágil. Minha ideia é que ele seja uma iniciativa desvinculada da Alumbra, aberta à participação de outras empresas e parceiros dispostos a colaborar.