Em cartaz até 1º de junho de 2025, a exposição “Sala de Vídeo: Inuk Silis Høegh” chega à sua reta final no MASP — Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand. A obra em exibição, “The Green Land” [A terra verde], convida o público a refletir sobre os efeitos da crise climática e o legado colonial na Groenlândia, território central na trajetória do artista.
Criado em Qaqortoq, cidade ao sul da Groenlândia, Inuk Silis Høegh cresceu cercado por referências artísticas. Filho de artistas, desde cedo esteve próximo das linguagens visuais e do cinema. Assim, sua prática como artista e cineasta se caracteriza por instalações de grande escala e documentários que desafiam estereótipos sobre os povos inuítes. Além disso, suas obras abordam questões políticas, ambientais e identitárias do território.
A cor verde como potência e contradição
No vídeo apresentado no MASP, Høegh contrapõe a paisagem gelada tradicional da Groenlândia com cenas onde o verde se insinua. A cor, para ele, carrega significados ambíguos: fertilidade e degradação, esperança e ameaça. Como destaca o curador Teo Teotonio, “a cor verde é usada no trabalho como uma potência de transformação, seja pela recuperação da fauna e da flora, seja por sua degradação”.
Além disso, a obra documenta intervenções do artista na paisagem natural. Ele insere elementos verdes que dialogam com os quatro elementos — água, fogo, terra e ar. Assim, constrói uma narrativa visual contemplativa sobre o impacto humano na transformação do ambiente.
![Inuk Silis Høegh, The Green Land [A terra verde], 2021 (frame do vídeo)](https://rsvpperfil.com.br/wp-content/uploads/2025/05/Inuk-Silis-Hoegh-The-Green-Land-A-terra-verde-2021-frame-do-video_3.jpg)
A crise climática em escala global
Em “The Green Land”, o nome do território — que significa literalmente “terra verde” — ganha novas camadas de sentido. Isso ocorre diante do aquecimento global e do derretimento acelerado das geleiras. Assim, o trabalho vai além da paisagem local e amplia-se como metáfora sobre os efeitos globais da crise climática.
Parte das “Histórias da Ecologia”
A mostra integra a programação anual do MASP dedicada às “Histórias da Ecologia”. Ao longo de 2025, essa programação também apresenta trabalhos de artistas como Janaina Wagner, Emilija Škarnulytè, Maya Watanabe, Tania Ximena e o coletivo Vídeo nas Aldeias.
Serviço
Sala de Vídeo: Inuk Silis Høegh
Local: 2º subsolo, Edifício Lina Bo Bardi — MASP
Período: até 1º de junho de 2025
Endereço: Avenida Paulista, 1578 – Bela Vista, São Paulo, SP
Horários: Terça: 10h às 20h (entrada gratuita) / Quarta e quinta: 10h às 18h /Sexta: 10h às 21h (entrada gratuita das 18h às 20h30)/ Sábado e domingo: 10h às 18h /Fechado às segundas
Ingressos: R$ 75 (inteira), R$ 37 (meia)
Agendamento obrigatório: masp.org.br/ingressos
Fotos: Divulgação