Eunice Paiva, interpretada por Fernanda Torres, representa um marco no cinema nacional. Esse feito é amplamente reconhecido pela imprensa especializada, tanto nacional quanto internacional, além de ser celebrado nas redes sociais e pelo público em geral.

O primeiro Oscar de Melhor Filme Internacional para o Brasil, conquistado com “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles e estrelado por Fernanda Torres e Selton Mello, entrou para a história. Sem dúvida, é um feito que jamais será esquecido.

Uma campanha de cinema exemplar

Especialistas em marketing e comunicação já apontam a campanha do filme como uma das mais bem-sucedidas da corrida ao Oscar. “Ainda Estou Aqui” foi a primeira produção original do Globoplay e contou com distribuição da Sony Pictures.

A estratégia de divulgação foi ampla e integrada, adotando um marketing 360º. Isso envolveu imprensa, redes sociais, exibições especiais para a mídia internacional e ações com influenciadores e formadores de opinião. Além disso, o networking e a experiência de Walter Salles no mercado internacional foram decisivos. O apoio da Sony Pictures, que investiu fortemente na produção, também foi essencial para consolidar o sucesso da campanha.

O impacto da imagem

Outro elemento fundamental nessa jornada foi o trabalho impecável de Antonio Frajado. Ele criou um storytelling visual refinado, utilizando looks sóbrios e elegantes. Desse modo, consolidou a imagem de Fernanda Torres como uma estrela de alcance internacional.

No entanto, um ponto que poderia ter sido mais explorado foi a moda brasileira. Houve uma oportunidade valiosa de destacar estilistas nacionais que também produzem verdadeiras obras de arte — tanto na moda quanto no cinema.

Talento como peça-chave

Nenhuma campanha é realmente memorável sem talento. E Fernanda Torres provou ser o centro de tudo. Ela deu uma verdadeira aula de atuação e postura, combinando carisma, profissionalismo, experiência e um forte background cultural.

Durante a campanha, concedeu entrevistas em inglês, francês e espanhol às maiores publicações do mundo. Participou de eventos internacionais ao lado de grandes nomes do cinema e, além disso, representou a cultura brasileira com elegância e autenticidade.

A força do legado familiar

Fernanda não estava sozinha. Ela contou com o apoio e a presença simbólica de sua mãe, Fernanda Montenegro, que interpretou Eunice Paiva na velhice. Juntas, tornaram-se pauta de veículos como The New York Times e Vanity Fair. Dessa forma, reforçaram ainda mais a credibilidade de um legado artístico e intelectual sólido.

Repercussão nas redes sociais

O impacto também se refletiu nas redes sociais. Segundo levantamento do G1, o engajamento de Fernanda Torres aumentou 535% durante os nove meses da campanha rumo ao Oscar 2025.

Ela conseguiu algo raro: mobilizou o país inteiro. Despertou, portanto, um sentimento coletivo semelhante ao de uma Copa do Mundo, só que voltado para o cinema nacional.

O retorno ao Brasil

Após essa trajetória intensa, Fernanda retornou ao Brasil em clima de celebração nacional. O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, chegou a anunciar que ela desfilaria na Marquês de Sapucaí. No entanto, fiel à sua essência, ela preferiu descansar em um sítio e só reapareceu publicamente na pré-estreia de “Vitória”, filme protagonizado por sua mãe e dirigido por seu marido, Andrucha Waddington.

Mais uma vez, seu look refletia sua identidade — elegante, discreta e autêntica.

Fernanda, estrela global

Fernanda fez história com sua arte, seu carisma, seu senso crítico e sua humanidade. Saiu da campanha com uma imagem fortalecida e a relevância de uma estrela global.

Como afirma o estudioso Mário Rosa: “Quem detém a reputação hoje? Simples: aquele que detém o filtro. Ou melhor dizendo, vencerá aquele que tem controle sobre os filtros”.

Fernanda compreende isso como poucos. Ela sabe o que quer, escolhe bem os filtros que usa e domina a construção de sua imagem pública.

Boa sorte à nossa estrela! Vencedora do Globo de Ouro e protagonista do primeiro Oscar do Brasil.

Fabiana C D Oliva é especializada em comunicação corporativa pela FGV, cofundadora da @casefala e coordenadora de comunicação na @casecomunica