O fim de um tabu na saúde mental

Por muito tempo, falar em cannabis dentro do universo da saúde mental era tabu. Mas os tempos mudaram — e, com eles, o olhar da medicina também. Em uma sociedade acelerada e ansiosa, cresce o interesse por tratamentos eficazes e menos agressivos ao organismo. Nesse cenário, a cannabis medicinal ganha espaço como alternativa real para quem busca mais qualidade de vida.

A mudança no perfil dos pacientes

Maria Klien, psicóloga e especialista em cannabis medicinal, acompanha essa transformação de perto. Segundo ela, muitos pacientes chegam exaustos dos efeitos colaterais dos ansiolíticos tradicionais. “Perda de memória, fadiga e dependência são queixas comuns. O CBD surge como uma abordagem mais suave, sem abrir mão da eficácia”, explica.

Os riscos dos ansiolíticos convencionais

A ciência reforça esse argumento. Um estudo recente do American Journal of Public Health aponta um dado alarmante: medicamentos como os benzodiazepínicos estiveram ligados a 31% das 23 mil mortes causadas por remédios controlados nos Estados Unidos em apenas um ano. Além disso, a dependência química e a dificuldade em interromper o uso sem efeitos colaterais severos são desafios para muitos pacientes.

CBD: uma alternativa segura e eficaz

Por outro lado, o canabidiol — mais conhecido como CBD — apresenta resultados promissores no tratamento da ansiedade, insônia e outros transtornos psiquiátricos. Tudo isso sem os riscos comumente associados aos ansiolíticos. “O CBD tem uma atuação mais orgânica no corpo, sem provocar picos nem dependência”, afirma Klien. “O paciente sente melhora na ansiedade, no sono e no humor.”

A regulamentação e o futuro do tratamento

Em países onde a cannabis medicinal já é regulamentada, como Canadá e Israel, o número de prescrições cresceu consideravelmente. No Brasil, ainda há desafios na regulamentação e no acesso, mas o interesse já é evidente entre médicos e pacientes.

A proposta não é substituir um tratamento por outro de forma impulsiva. O essencial é garantir uma transição consciente, sempre com acompanhamento médico. “Quando bem orientado, o paciente costuma ter uma mudança muito positiva”, reforça Klien.

O que antes era visto com desconfiança agora se torna uma opção inteligente. A cannabis medicinal se firma como uma resposta natural — e segura — para quem deseja cuidar da mente sem prejudicar o corpo.

Amélia Whitaker é fundadora da Visar Planejamento, boutique de comunicação com escritórios em São Paulo e Miami. Ciclista amadora e apaixonada por conectar pessoas e marcas que fazem a diferença, traz para a RSVP matérias e artigos sobre negócios, bem-estar e inovação com impacto positivo.