Dor, inchaço, manchas e desconforto estético nas pernas podem ser sinais de varizes, veias dilatadas e tortuosas que perderam sua função circulatória. A boa notícia é que, atualmente, muitos desses casos não exigem mais cirurgia tradicional e podem ser resolvidos em consultório, com técnicas modernas, seguras e de rápida recuperação.

Segundo a cirurgiã vascular Dra. Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, “a cirurgia de varizes deixou de ser a única opção. Hoje falamos em um plano de tratamento personalizado, feito por etapas, com ótimos resultados funcionais e estéticos”. Além disso, muitas vezes a associação entre duas ou mais técnicas é o que garante os melhores efeitos, tanto para a saúde quanto para a aparência das pernas.

Ainda de acordo com a especialista, quando o sangue, que deveria retornar ao coração, reflui e se acumula nas pernas, surgem as varizes — e o problema pode evoluir. “As complicações incluem desde trombose até feridas crônicas. Por isso, tratar precocemente é essencial”, afirma.

Mulheres são mais afetadas

A incidência da doença é consideravelmente maior nas mulheres: há cerca de quatro casos femininos para cada um masculino. Isso se deve, principalmente, à ação hormonal. Por outro lado, nos homens, as varizes tendem a ser mais calibrosas, o que frequentemente exige uma abordagem mais invasiva. Portanto, fazer check-ups regulares é fundamental para evitar o avanço da doença e manter a saúde vascular em dia.

Dra Aline Lamaita - Foto Divulgação
Dra Aline Lamaita – Foto Divulgação

Confira abaixo os principais métodos disponíveis atualmente para o tratamento das varizes:

1. ClaCs (Crioescleroterapia com Laser)

Indicação: microvarizes e varizes de menor calibre
Como funciona: combina laser transdérmico com aplicação de glicose. O laser sensibiliza os vasos, e a glicose, ao ser injetada, permanece mais tempo em contato com a veia, favorecendo seu fechamento.
Vantagens: resultados mais rápidos, baixa incidência de manchas e apenas sete dias sem exposição solar.
Sessões: geralmente de uma a três, com intervalo mensal.

2. Clafs (Combinação de Laser com Espuma)

Indicação: varizes de médio calibre e regiões com muitos vasinhos
Como funciona: após o laser, é aplicada uma espuma de baixa potência que reduz os riscos de manchas e melhora a absorção do vaso.
Benefícios: ideal para áreas amplas e quadros antigos; além disso, a técnica é menos agressiva do que as versões tradicionais.

3. ATTA (Ablação Térmica Totalmente Assistida)

Indicação: varizes grossas que antes exigiam microcirurgia
Como funciona: uma fibra óptica é inserida na veia e cauteriza o vaso com calor, sob anestesia local.
Diferenciais: substitui a cirurgia tradicional com recuperação mais rápida e sem cortes aparentes.

4. Espuma Ecoguiada

Indicação: varizes calibrosas, veias mais profundas ou mesmo vasinhos (telangiectasias)
Como funciona: a substância é aplicada com auxílio de ultrassom, o que garante precisão e segurança.
Atenção: apesar de altamente versátil, essa técnica pode provocar manchas em alguns casos. Portanto, deve ser usada com critério, especialmente em pacientes com histórico de hiperpigmentação.

Tratamento é seguro, mas deve ser individualizado

Por fim, a Dra. Aline destaca que, em geral, não há contraindicações importantes para as técnicas descritas. No entanto, pessoas com alergia conhecida à espuma devem ser avaliadas com cautela. “O grande segredo está em escolher a abordagem certa para cada tipo de variz. Em muitos casos, a combinação de dois ou três métodos é o que oferece os resultados mais bonitos e duradouros”, explica.

Ela reforça que, embora muitas pessoas busquem tratamento apenas por questões estéticas, as varizes são uma doença vascular progressiva. Portanto, tratar não é vaidade, é saúde. “Quanto mais cedo for feito o diagnóstico e o início do tratamento, melhores são os resultados clínicos e estéticos”, conclui.

Fonte: DRA. ALINE LAMAITA – Cirurgiã vascular, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia, do American College of Phlebology e do American College of Lifestyle Medicine. Médica formada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, com curso em Lifestyle Medicine pela Universidade de Harvard (2018) e pós-graduação em Medicina Integrativa. Instagram: @alinelamaita.vascular

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