Comemorado hoje, o Dia da Saúde Gengival tem como objetivo conscientizar a população sobre os cuidados com a saúde bucal, em especial das gengivas — fundamentais não apenas para a estética do sorriso, mas também para o bem-estar geral.
Embora a escovação tradicional remova boa parte da placa bacteriana, ela não alcança os espaços entre os dentes, região onde muitas vezes têm início problemas como cáries, gengivites e mau hálito. Por isso, a recomendação de especialistas é clara: a limpeza interdental deve fazer parte da rotina diária de higiene bucal.
Escovas interdentais ganham protagonismo
De acordo com o cirurgião-dentista Dr. Hugo Lewgoy, doutor em Odontologia pela USP, o uso de escovas interdentais é mais eficiente que o fio dental em grande parte dos casos. “A indicação do fio dental hoje é restrita a espaços muito pequenos. Em geral, ele não consegue higienizar completamente a área entre os dentes, que é justamente onde se iniciam muitas doenças gengivais”, explica.
As escovas interdentais, por outro lado, conseguem acessar com mais facilidade esses nichos de retenção da placa bacteriana, inclusive em dentes posteriores que apresentam forma côncava. Isso aumenta a efetividade da limpeza e reduz o risco de complicações.
Tamanhos variados e orientação profissional
No entanto, como os espaços interdentais variam de pessoa para pessoa, é fundamental buscar orientação profissional antes de adotar o uso das escovas. “Existem diferentes diâmetros de escovas interdentais, e o uso inadequado pode ser ineficiente ou até prejudicial. Por isso, a avaliação de um dentista é essencial”, destaca o especialista.
A recomendação é que elas sejam utilizadas uma vez ao dia, preferencialmente à noite, com movimentos delicados de vai e vem.
Impactos além da boca
Manter a gengiva saudável vai muito além da prevenção de cáries e inflamações locais. Doenças periodontais podem desencadear processos inflamatórios sistêmicos, afetando outras partes do corpo. “Gengivites e infecções orais liberam substâncias inflamatórias na corrente sanguínea, favorecendo o surgimento ou agravamento de problemas como diabetes, doenças cardíacas e vasculares”, alerta o Dr. Lewgoy.
Tratamentos complementares
Em casos mais graves, o acompanhamento profissional é indispensável. O uso de produtos específicos, como os formulados com ácido hialurônico de alto peso molecular, tem se mostrado eficaz no controle da periodontite. “Além de auxiliar na cicatrização, o ácido hialurônico reduz inflamações e combate a ação de vírus e bactérias, ajudando a preservar a saúde das gengivas e, por consequência, do organismo como um todo”, completa o especialista.