Finasterida e Dutasterida: como atuam contra a calvície?

A Finasterida e a Dutasterida são inibidores da enzima 5-alfa redutase, impedindo a conversão da testosterona em Dihidrotestosterona (DHT), hormônio diretamente associado à miniaturização dos folículos capilares. “Essas medicações reduzem a progressão da calvície, estabilizam a queda e diminuem o afinamento dos fios”, explica a dermatologista Dra. Leila David Bloch, membro titular e conselheira da SBD-RESP.

Efeitos colaterais e preocupações mais comuns

Entre os principais receios dos pacientes está a possibilidade de efeitos colaterais, especialmente aqueles relacionados à função sexual. “A diminuição da libido ocorre em cerca de 10% dos casos e é reversível após a interrupção do medicamento. Além disso, estudos indicam que os riscos de disfunções sexuais são baixos e comparáveis ao grupo placebo”, destaca a dermatologista Dra. Caroline Romanelli, secretária da diretoria da SBD-RESP.

Outra preocupação recorrente é a chamada síndrome pós-Finasterida, que supostamente manteria os efeitos colaterais mesmo após a suspensão do tratamento. No entanto, até o momento, não há evidências científicas que comprovem a existência dessa condição. “O que existem são relatos individuais, mas sem comprovação de causalidade direta com a medicação”, esclarece Dra. Leila.

Possíveis impactos na saúde mental e fertilidade

Outros efeitos colaterais atribuídos a essas medicações incluem um possível aumento do risco de depressão e alterações na fertilidade. “A diminuição do volume ejaculatório, por exemplo, é reversível após a suspensão do medicamento. Além disso, pacientes com histórico de depressão devem ser acompanhados por um psiquiatra antes de iniciar o tratamento”, alerta Dra. Caroline.

Segurança e recomendações para o tratamento

Para garantir a segurança e a eficácia do tratamento, a melhor abordagem é a individualização da terapia, com exames prévios e monitoramento médico contínuo. “Em caso de efeitos adversos, é possível ajustar a dosagem, espaçar o uso ou até recorrer às versões tópicas das medicações”, reforça Dra. Leila.

A Finasterida e a Dutasterida são indicadas principalmente para alopecia androgenética e alopecia frontal fibrosante. No entanto, não devem ser utilizadas em casos de eflúvio telógeno ou alopecia areata. Além disso, mulheres em idade fértil sem método contraceptivo e gestantes não devem utilizar essas substâncias, pois podem afetar o desenvolvimento fetal.

Alternativas ao tratamento oral

“O acompanhamento dermatológico é essencial para um tratamento seguro. O médico avaliará a melhor abordagem e, se necessário, indicará alternativas como Minoxidil, procedimentos de drug delivery e transplante capilar, sempre considerando o perfil do paciente”, conclui Dra. Caroline Romanelli.

Fonte: Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional São Paulo (SBD-RESP).

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