Solo de destaque em uma das principais feiras de arte contemporânea do país

Entre os dias 28 de maio e 1º de junho, a galeria Simões de Assis participa da 4ª edição da ArPa Feira de Arte, realizada no Mercado Livre Arena Pacaembu, em São Paulo. Para esta edição, a galeria apresenta um projeto solo dedicado à obra de Gonçalo Ivo, um dos principais nomes da pintura contemporânea brasileira.

O estande da Simões de Assis — localizado no setor C7 — propõe uma costura entre diferentes séries e técnicas. Desse modo, revela a coerência interna e a riqueza expressiva de uma poética que se reinventa continuamente.

Pintura como alquimia da cor e da matéria

Gonçalo Ivo é amplamente reconhecido por seu domínio cromático. Sua obra é marcada por transições de cor refinadas, que criam movimentos visuais expansivos e densidade poética. Além disso, suas composições evocam uma atmosfera contemplativa, quase mística.

Em sua prática, o artista explora aquarela, têmpera e óleo com precisão técnica e sensibilidade. Por isso, suas obras se destacam tanto em tela quanto em suportes de madeira, onde os pigmentos parecem flutuar sobre superfícies orgânicas. Assim, surgem paisagens interiores abstratas, carregadas de emoção.

Diálogos com mestres e a força do neoabstracionismo

A curadoria do projeto ressalta a potência neoabstracionista presente na obra de Ivo. Nesse sentido, a exposição estabelece diálogos com mestres da cor, como Josef Albers, e revisita a observação do crítico Jorge Guinle, que já apontava essa vertente no trabalho do artista.

Portanto, sua pintura se constrói como um campo vibrante onde cor, matéria e ritmo se entrelaçam. Em outras palavras, a tela se transforma em espaço de cadência, revelando uma cosmogonia própria que se expande infinitamente.

Trajetória sólida e conexões internacionais

Nascido no Rio de Janeiro, em 1958, Gonçalo Ivo cresceu em meio a artistas e intelectuais fundamentais para a cultura brasileira. Entre eles, Lygia Clark, Iberê Camargo, Maria Leontina e Ione Saldanha. Além disso, teve forte convivência com escritores como João Cabral de Melo Neto, Gilberto Freyre e Álvaro Lins.

Estudou com Aluísio Carvão no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Posteriormente, participou da histórica mostra “Como vai você, Geração 80?” e foi o primeiro de sua geração a realizar uma individual no MAM-RJ.

Desde os anos 2000, vive entre Paris, Madri e a Serra de Teresópolis. Com isso, aprofundou sua pesquisa pictórica em contextos internacionais, incluindo a Josef and Anni Albers Foundation, nos Estados Unidos. Sua obra integra coleções de instituições como a Pinacoteca de São Paulo, o Museu Oscar Niemeyer, o MAR e a Bibliothèque Nationale de France.

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