A menopausa é um marco natural na vida de todas as mulheres, que marca o fim dos ciclos menstruais e a redução dos hormônios estrogênio e progesterona. Embora seja uma transição biológica esperada, muitas mulheres enfrentam mudanças físicas significativas, como o aumento das dores no corpo. O ginecologista Dr. Igor Padovesi, autor do livro Menopausa Sem Medo, explica que “muitas mulheres sentem dor e rigidez articular e muscular, além de sintomas de fadiga e dores de cabeça. Além disso, as dores crônicas tendem a se intensificar.”

De fato, o Dr. Fernando Jorge, médico ortopedista e especialista em Medicina Intervencionista em Dor, destaca que as dores não afetam apenas as articulações e músculos; elas também prejudicam a mobilidade das mulheres. “A diminuição da mobilidade resulta frequentemente da perda de massa muscular, redução da densidade mineral óssea e aumento da rigidez articular. Esses fatores, portanto, comprometem a funcionalidade física”, esclarece.

A Relação entre Menopausa e Osteoporose

A perda de estrogênio, comum na menopausa, é um fator crítico que contribui para o aumento das dores, especialmente nas articulações e ossos. O Dr. Igor Padovesi alerta que as dores aumentam devido à osteoporose, condição mais prevalente em mulheres após a menopausa. “A perda de massa óssea aumenta o risco de microfraturas e dores, principalmente na coluna e nos quadris”, afirma.

Além disso, o Dr. Fernando Jorge acrescenta que o estrogênio é fundamental para a saúde óssea. “A deficiência desse hormônio prejudica a renovação do tecido ósseo, acelerando a perda de massa óssea e predispondo à osteoporose”, explica ele.

Tipos de Dores Comuns na Menopausa

As dores associadas à menopausa podem ser divididas em três tipos, conforme o Dr. Fernando Jorge: musculoesqueléticas, neuropáticas e crônicas generalizadas. As dores musculoesqueléticas incluem a degeneração articular e inflamação sistêmica, resultando em dores nas articulações periféricas, como joelhos e quadris, além da coluna vertebral. “A osteoporose pode agravar essas dores devido à fragilidade óssea e microfraturas”, acrescenta.

Por outro lado, as dores neuropáticas ocorrem devido à deficiência de estrogênio, que altera a função neural periférica. “Essas dores frequentemente se manifestam como queimação, dormência e formigamento”, explica o ortopedista. Por fim, as dores crônicas incluem condições como fibromialgia e dores pélvicas crônicas, que podem ser desencadeadas ou agravadas por estresse físico e emocional.

Dores de Cabeça e Insônia

Além das dores articulares, a queda do estrogênio pode intensificar as dores de cabeça e enxaquecas, já que esse hormônio regula mediadores inflamatórios no corpo. Dr. Igor Padovesi explica que “a queda do estrogênio aumenta a produção de mediadores inflamatórios, como prostaglandinas e citocinas, que favorecem as dores de cabeça.” O sono fragmentado, comum durante a menopausa devido a ondas de calor e alterações de humor, também contribui para a percepção intensificada da dor. “O sono inadequado reduz a capacidade do corpo de se recuperar, intensificando a sensibilidade à dor”, complementa Dr. Igor.

Abordagem Multidisciplinar para o Tratamento

Para minimizar os sintomas, os médicos defendem uma abordagem científica e personalizada, com foco na reposição hormonal. Dr. Igor Padovesi afirma que “o tratamento mais utilizado e comprovadamente eficaz é a reposição dos hormônios que faltam no corpo da mulher, especialmente o estrogênio.” Além disso, o Dr. Fernando Jorge recomenda o uso de bifosfonatos para osteoporose, analgésicos para dores musculoesqueléticas e neuromoduladores, como a gabapentina, para dor neuropática refratária.

Além disso, intervenções não farmacológicas também são recomendadas, como exercícios físicos de resistência e técnicas de alongamento e pilates. “Esses exercícios ajudam a melhorar a flexibilidade, a mobilidade e o equilíbrio, promovendo maior confiança nas atividades diárias”, conclui Dr. Fernando Jorge.

Embora muitas mulheres experimentem dores durante a menopausa, nem todas passarão por esse quadro. Fatores como estilo de vida, genética, alimentação e atividade física desempenham papéis cruciais na forma como cada mulher lida com essa fase. Por isso, é essencial consultar profissionais especializados para um acompanhamento adequado.

FONTES: Dr. Igor Padovesi, ginecologista, autor do livro Menopausa Sem Medo; Dr. Fernando Jorge, médico ortopedista e especialista em Medicina Regenerativa e Intervencionista em Dor.

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