O longa-metragem “O Riso e a Faca”, dirigido pelo cineasta português Pedro Pinho, estreou no último sábado (17) durante o Festival de Cannes. A obra integra a mostra Un Certain Regard, a segunda mais importante do evento.
Recepção calorosa e aclamação internacional
A coprodução entre Brasil, Romênia, França e Portugal rapidamente conquistou destaque. O filme gerou muitos comentários e aplausos, além de elogios calorosos da crítica internacional.
O jornal francês Le Monde classificou o longa como “uma das propostas mais entusiasmantes vistas este ano na Croisette”. Já o respeitado Libération chamou-o de “uma espécie de obra-prima louca”.
O site C7NEMA destacou a ambição narrativa, afirmando que se trata de “uma saga épica que atravessa continentes”.
Uma história potente e atual
O filme acompanha Sérgio, um engenheiro ambiental que viaja para uma metrópole da África Ocidental. Ele trabalha na construção de uma estrada entre o deserto e a selva, mas acaba se envolvendo em uma relação íntima e desequilibrada com dois habitantes locais: Diára e Gui.
Enquanto mergulha nas complexas dinâmicas neocoloniais da comunidade de expatriados, Sérgio encontra nesse frágil laço humano seu último refúgio diante da solidão e da barbárie.
Destaques técnicos e artísticos
A estética do filme impressionou a crítica. O site ICS Film comparou a obra ao trabalho da cineasta Lucrecia Martel, afirmando: “O filme é visual e emocionalmente impressionante”.
O In Review Online elogiou a abordagem sensível de Pedro Pinho: “Ele é um cineasta paciente, perceptivo e generoso — nenhum personagem fica sem desenvolvimento ou compaixão”.
O trabalho de edição também recebeu elogios. Segundo o Screen Daily, a montagem cria “uma história humana envolvente, cheia de subcorrentes sociopolíticas e históricas”.
O Journey Into Cinema declarou: “Esta é uma obra monumental. Deveria ter participado da competição principal”.
Uma coprodução multicultural
Produtoras de vários países se reuniram para realizar o filme: Uma Pedra no Sapato e Terratreme (Portugal), Bubbles Project (Brasil), Still Moving (França) e De Film (Romênia).
A participação brasileira ocorre através da Bubbles Project, produtora independente liderada por Tatiana Leite. A empresa se destaca por apoiar obras importantes de novos autores no cinema nacional e internacional.
Estreia no Brasil em breve
O filme possui 212 minutos de duração. A Vitrine Filmes ficará responsável pela distribuição no Brasil, levando aos cinemas uma experiência cinematográfica intensa e politicamente engajada.
Pedro Pinho, que já conquistou reconhecimento internacional com “A Fábrica de Nada”, reforça com este novo filme o compromisso com uma linguagem que mistura política, estética e humanidade.
Assim, “O Riso e a Faca” se firma como uma das grandes estreias de 2025, marcando presença tanto nos festivais quanto no panorama do cinema brasileiro contemporâneo.