Otavio Zarvos é um dos nomes mais influentes quando se fala em transformar o cenário urbano de São Paulo por meio da arquitetura. À frente da incorporadora Idea!Zarvos, ele construiu uma trajetória pautada por inquietação criativa, propósito e uma aposta consistente na arquitetura autoral. Nesta conversa, o empresário fala sobre sua visão de perenidade na construção civil, a importância de parcerias com grandes nomes da arquitetura contemporânea brasileira e o legado que deseja deixar para a cidade: mais do que prédios, projetos com alma, que criam conexões e resistem ao tempo.
O que significa para você o conceito de arquitetura perene em um contexto urbano como o de São Paulo?
A arquitetura perene é aquela que resiste ao tempo, não porque é imutável, mas porque é relevante. Em São Paulo, uma cidade em constante transformação, a perenidade está em criar espaços que dialoguem com o entorno, que tenham alma, que gerem conexão entre as pessoas e que não precisem ser reinventados a cada década. Não se trata de seguir modismos, mas de pensar profundamente o impacto daquela obra na cidade — hoje e daqui a 50 anos.
Como você vê o papel da arquitetura autoral no mercado imobiliário?
Quando convido arquitetos do porte de Isay Weinfeld, Marcio Kogan ou do escritório Metro Arquitetos, entre outros, para um projeto, não estou apenas construindo um prédio — estou dando espaço para uma ideia, uma identidade única. Isso gera valor não só para quem mora, mas para a cidade como um todo. O mercado imobiliário ainda é muito pautado pela repetição, pela fórmula pronta.
Esse olhar está totalmente alinhado com os pilares da Idea!Zarvos que é promover inovação, garantir qualidade arquitetônica, contribuir para a valorização urbana e firmar parcerias com nomes que compartilham dessa mesma visão.
Como surgiu a vontade de trabalhar com tantos nomes importantes da arquitetura contemporânea brasileira?
Sempre admirei a boa arquitetura e, desde o início da Idea!Zarvos, entendi que trazer arquitetos com visão autoral era a chave para criar algo que fugisse do lugar-comum. A ideia não era só vender apartamentos, mas propor uma nova forma de morar, de se relacionar com o espaço urbano. Trabalhar com nomes fortes é um desafio — porque cada um tem sua linguagem —, mas é também o que faz o processo criativo ser tão rico. Cada projeto vira quase uma obra de arte coletiva.
Como surgiu a Idea!Zarvos e qual legado você gostaria de deixar para a cidade de São Paulo?
Sou administrador de formação, mas minha paixão sempre foi a arquitetura. Desde cedo, me fascinava como os prédios moldam a cidade, influenciam a vida das pessoas, criam encontros e memórias. A Idea!Zarvos nasceu dessa inquietação: da vontade de fazer diferente, de mostrar que o mercado imobiliário podia — e devia — ser movido por propósito, por beleza, por respeito ao entorno.
Gosto de dizer que meu papel é construir pontes — entre o sonho e a execução, entre o mercado e a boa arquitetura. E talvez, por não ser arquiteto, minha paixão seja ainda mais intensa. É ela que me move todos os dias a buscar projetos que tenham alma, que deixem um legado positivo para São Paulo.
O que eu gostaria de deixar para a cidade é exatamente isso: um legado de respeito à paisagem urbana, de qualidade de vida para quem mora e de inspiração para que o mercado veja que é possível fazer melhor — com design, com alma e com responsabilidade