Cofundadora de uma das empresas mais inovadoras do setor de revestimentos sustentáveis, Francine Ferrari conversou com a RSVP sobre o nascimento da Neobambu, os pilares de sua atuação e os próximos passos de uma marca que alia sofisticação, tecnologia e responsabilidade ambiental.

Como surgiu a Neobambu e qual era a sua visão inicial para a empresa?

A Neobambu nasceu a partir do meu trabalho de conclusão de curso, quando mergulhei no estudo do bambu como matéria-prima sustentável. Tive o apoio e o incentivo de um professor que acreditou no potencial da ideia — e foi ali que enxerguei a chance de unir propósito, inovação e impacto ambiental positivo em um projeto real.
No começo, tudo era muito instintivo: eu mesma saía com uma peça de bambu nas mãos, batendo de porta em porta nos escritórios de arquitetura de São Paulo, apresentando aquele material que, até então, era pouco conhecido no mercado de alto padrão. Desde o início, meu objetivo era oferecer uma alternativa nobre e consciente aos materiais tradicionais — unindo tecnologia, design e responsabilidade ambiental de forma elegante, acessível e transformadora.

A Neobambu tem um histórico sólido de compromisso com a sustentabilidade. Como isso se reflete nas parcerias e certificações dos materiais que vocês oferecem?

A curadoria consciente sempre foi o coração da Neobambu. Desde o início, buscamos materiais que unam design, tecnologia e responsabilidade ambiental. Um exemplo disso é a nossa parceria exclusiva no Brasil com a finlandesa Lunawood, referência mundial em tratamento térmico de madeiras.
Na Expo Revestir 2025, apresentamos o Luna Arctic, feito a partir de abeto nórdico com origem controlada e uma estética que traduz sofisticação e inovação sustentável. Ele oxida de forma natural nas áreas expostas ao tempo, mantendo o cinza nas partes sombreadas — um comportamento que dialoga com a natureza, em vez de lutar contra ela.

Além disso, adotamos critérios rigorosos de rastreabilidade e sustentabilidade, garantindo que toda a nossa cadeia produtiva siga padrões ambientais e sociais reconhecidos internacionalmente. Utilizamos matérias-primas provenientes de fontes responsáveis, certificadas por selos como o FSC® (Forest Stewardship Council) e o PEFC (Programme for the Endorsement of Forest Certification).
Mais do que oferecer um produto de qualidade, adotamos uma postura ética e consciente — um compromisso com o futuro que queremos construir.

Como você enxerga a Neobambu daqui a 10 anos? E de que forma a atuação da empresa pode influenciar positivamente a questão ambiental no Brasil?

Daqui a dez anos, vejo a Neobambu ainda mais consolidada como referência em soluções sustentáveis, expandindo sua presença no Brasil e também internacionalmente. Mais do que crescimento, o que realmente desejamos é impulsionar uma mudança de mentalidade — tanto entre consumidores quanto dentro da cadeia produtiva.
Se conseguirmos mostrar que é possível unir beleza, desempenho e responsabilidade ambiental, estaremos contribuindo para um novo modelo de desenvolvimento.

A Neobambu já atua com essa consciência: temos domínio total sobre a cadeia de custódia dos nossos materiais, o que garante rastreabilidade, transparência e compromisso real com o meio ambiente. Trabalhamos com fornecedores responsáveis, certificados, e seguimos critérios rigorosos em todas as etapas.
Esperamos que, em um futuro próximo, práticas como essas deixem de ser uma escolha consciente e passem a ser o padrão — que optar por obras certificadas e materiais sustentáveis se torne parte natural da cultura do setor.