Na próxima segunda-feira, 22 de abril, celebramos o Dia da Terra — uma data que vai muito além da simbologia. Criado em 1970 pelo ex-senador americano Gaylord Nelson, o movimento surgiu como resposta à crescente poluição e degradação ambiental. Naquele primeiro ano, cerca de 20 milhões de pessoas foram às ruas nos Estados Unidos, dando início a uma das maiores mobilizações ambientais da história.
Desde então, a data tornou-se um marco global, convidando a sociedade a refletir sobre seus impactos no planeta e a buscar caminhos reais para a preservação da vida.
Da denúncia à solução: a visão de Francisco José

Referência no jornalismo ambiental brasileiro, Francisco José dedicou mais de quatro décadas à cobertura de temas ligados à natureza, à vida nos rios e às comunidades tradicionais da Amazônia. Neste Dia da Terra, ele compartilha três pilares essenciais para proteger o planeta:
Reflorestar e não desmatar
“É fundamental conservar as florestas e reflorestar as áreas degradadas. O desmatamento afeta as nascentes e margens dos rios, provocando assoreamento e enchentes. Sem cobertura vegetal, os rios secam e o equilíbrio ecológico é comprometido.”
Preservar todas as espécies — inclusive humanas
“Quando falo de espécies, não me refiro apenas à fauna. Me refiro também aos indígenas e populações tradicionais da floresta, que estão sob ameaça constante por invasões, garimpo e poluição. A justiça ambiental precisa caminhar lado a lado com a justiça social. Educação, oportunidades e igualdade são indispensáveis para um futuro sustentável.”
Investir em saneamento básico
“A ausência de saneamento é um dos maiores sinais de atraso. O esgoto sem tratamento contamina rios, mares e compromete o abastecimento de água. Governos e população precisam priorizar esse tema, cuidando da água como bem essencial que ela é.”
Fe Cortez: território, sonho e regeneração

Criadora do movimento Menos 1 Lixo, a ativista e palestrante Fe Cortez traz uma perspectiva que conecta ação política, espiritualidade e futuro:
“Não tem como falar de preservação da Terra sem falar da demarcação dos territórios indígenas. Eles são, há milênios, os espaços mais sustentáveis do planeta. Assegurar esse direito é preservar a vida — e não se trata de uma pauta ideológica, mas de sobrevivência.”
Ela ainda ressalta a importância de resgatar o poder da imaginação:
“Sonhar com futuros regenerativos é urgente. Como diz o filósofo Ailton Krenak, quando deixamos de sonhar, servimos ao sistema. Precisamos acreditar em outros caminhos para que possamos, de fato, construí-los.”
Um convite coletivo
O Dia da Terra é mais do que uma data. É um lembrete de que cada atitude conta: do consumo consciente ao voto responsável, da proteção das águas ao respeito aos povos originários. Cuidar da Terra é cuidar da nossa própria casa, do presente e do que deixaremos para as próximas gerações.
Que este 22 de abril seja um ponto de partida — ou de recomeço — para escolhas mais sustentáveis, humanas e conectadas com a vida.