A Galeria Alma da Rua, espaço pulsante no coração do Beco do Batman, em São Paulo, inaugura no dia 19 de abril a mostra O Imaginário, nova individual do artista urbano Alemão. Com cerca de 15 obras inéditas, a exposição propõe um mergulho sensível nas lembranças da infância, revisitadas por meio de uma estética que une o universo do street art à pintura tradicional.
Uma viagem ao tempo interior
Mais do que uma exposição de arte, O Imaginário é, segundo o artista, um convite a abrir portas invisíveis. “Cada obra é um espelho, um vislumbre do que fomos, do que sentimos, do que deixamos para trás sem perceber”, explica Alemão.
Assim, a mostra transforma a galeria em um espaço de memória compartilhada. As obras funcionam como janelas para afetos esquecidos e imagens que marcaram gerações. Em especial, a obra que dá nome à exposição sintetiza esse processo de resgate: nela, o artista remonta ao momento em que criou um personagem que, sem perceber, trazia consigo o capacete amarelo de Ayrton Senna e a camiseta de Charlie Brown.
Medida: 84 x 65cm – Artista Alemão
Pintura em tela canvas – Moldura com arte por cima
Técnica mista acrílica sobre tela, street art com spray, textura espessa
Memórias que se revelam na tela
“Quando criei esse personagem, ele surgiu com um capacete amarelo e uma camiseta cujos detalhes só percebi mais tarde. Eles remetiam aos da camiseta do Charlie Brown, que eu tanto amava, e o capacete amarelo lembrou o herói Senna. Era a infância me chamando de volta”, revela Alemão.
Ao lado desses símbolos, brinquedos antigos, heróis e referências afetivas surgem como elementos recorrentes da série. Dessa forma, o artista oferece ao público uma nova forma de se conectar com suas próprias lembranças.
Técnica híbrida e linguagem autoral
Outro destaque da mostra é a forma como Alemão mescla estilos. Ele une o gesto espontâneo do graffiti com os recursos clássicos da pintura, utilizando materiais como acrílica, spray e impasto. Além disso, rompe a barreira da moldura, estendendo suas criações para além dos limites da tela — o que contribui para uma estética impactante e cheia de camadas.
Com isso, o artista constrói uma linguagem própria, marcada por contrastes entre o urbano e o emocional, o presente e a infância. “Há um jogo entre realidade e memória que mostra que a infância nunca termina. Ela apenas espera ser reencontrada”, conclui
Medida: 100 x 80cm – Técnica mista acrílica sobre tela, street art com spray, textura espessa
Pintura em tela canvas – com moldura filete preta
