A Fendi apresentou oficialmente a restauração da Gruta de Diana nesta quarta-feira, antecipando a reabertura ao público marcada para o dia 6 de maio. Localizada na Villa d’Este em Tivoli, um Patrimônio Mundial da UNESCO situado a cerca de uma hora de Roma, a gruta reabre após quase cinco décadas de fechamento e dois anos dedicados a trabalhos de restauração. A casa de moda romana havia se comprometido com a recuperação do local em 2023.
A iniciativa da Fendi contou com a colaboração do Instituto Autônomo da Villa Adriana e Villa d’Este — VILLÆ de Tivoli, que se uniram para valorizar o patrimônio do sítio. Posicionada em um ponto panorâmico da Villa d’Este, a Gruta de Diana, que homenageia a deusa caçadora símbolo da virtude, apresenta um nymphaeum em planta cruciforme localizado no Caminho dos Cardeais.
Sua construção ocorreu entre 1570 e 1572 sob a supervisão do arquiteto Paolo Calandrino, sendo Pirro Ligorio o responsável pelo projeto da villa e do extenso parque ao redor. O espaço compreende uma área central com abóbada cruzada e grandes caryatids portadoras de cestas, além de uma ampla alcova com fundo rochoso e fonte, dividida em três braços.

O primeiro braço contém duas nichos nas paredes e uma abóbada em forma de barril; à esquerda, exibe dois baixos-relevos e um nicho rochoso com fonte; à direita, apresenta uma abóbada também em forma de barril com dois grandes baixos-relevos e uma abertura que leva a uma loggia voltada para Roma. Desta loggia, uma escadaria dupla em forma de ferradura conduz a um pequeno terraço que oferece uma vista panorâmica impressionante.
Restauração detalhada
Os trabalhos de restauração revitalizaram tanto a superfície da gruta quanto seu elaborado esquema decorativo, composto por mosaicos rústicos, policromáticos e multimatériais que incluem conchas, pastas de vidro, pedras semipreciosas, fragmentos de pedra e crostas minerais.
Elementos notáveis da gruta incluem as quatro estátuas caryatid canephorae — originalmente seis, mas duas se perderam — que sustentam cestas cheias de frutos dourados sobre suas cabeças; a representação de uma águia branca, símbolo da família Este, no centro da abóbada; cenas marinhas no teto; e ilustrações mitológicas nas paredes que remetem às “Metamorfoses” de Ovídio.

Com o passar do tempo, os materiais sofreram severas degradações. Esculturas autônomas apresentaram partes ausentes e elementos decorativos deterioraram-se rapidamente devido às condições ambientais. Mosaicos e azulejos de vidro mostraram sinais visíveis de decadência.