Você já parou para pensar que as empresas podem ser a chave para transformar o mundo em um lugar melhor? Essa ideia pode soar ambiciosa, mas, segundo Renata Rivetti, especialista em felicidade corporativa e fundadora da Reconnect, ela faz todo o sentido.

Assisti a uma aula dela recentemente, e uma frase ficou gravada na minha mente: as empresas podem mudar o mundo ao darem o exemplo e influenciarem diretamente a vida de milhares de pessoas. E não é difícil entender o porquê. Quando uma empresa investe na felicidade e no bem-estar dos seus colaboradores, ela impacta não só a produtividade e o engajamento interno, mas também toda a sociedade. Afinal, colaboradores mais felizes e equilibrados se tornam cidadãos mais satisfeitos, criando um efeito dominó positivo.

Felicidade corporativa na prática

Mas o que, de fato, significa investir em felicidade corporativa? Ao contrário do que muita gente pensa, não tem nada a ver com salas de descompressão estilosas ou benefícios extravagantes. O conceito vai muito além e se baseia em três pilares fundamentais: propósito no trabalho, qualidade nas relações e equilíbrio de vida.

Na prática, isso significa ajudar os colaboradores a desempenharem funções que estejam alinhadas com seus talentos e paixões, promover um ambiente seguro e inclusivo e combater a sobrecarga. O excesso de reuniões, a falta de pausas e a cultura do “trabalhar até cair” são velhos conhecidos de muitas empresas — e o impacto disso no desempenho e na saúde mental das pessoas é gigantesco.

Dados que provam a diferença

Se ainda restam dúvidas sobre a importância desse movimento, os números falam por si. Um estudo recente, realizado pela Reconnect em parceria com a Pin People, mostrou que os líderes são os principais ofensores do bem-estar dentro das empresas, e que a falta de uma comunicação eficiente com a liderança é um dos maiores desafios para a sustentabilidade humana no trabalho.

Além disso, o levantamento revelou que profissionais que se sentem produtivos têm um eNPS (Employee Net Promoter Score) de +22, enquanto aqueles que raramente se sentem produtivos registram -84. Isso mostra que bem-estar e produtividade caminham lado a lado — e que investir na felicidade corporativa não é um capricho, mas uma estratégia de negócio poderosa.

Como as empresas podem liderar essa mudança?

Se as empresas realmente têm o poder de transformar a sociedade, então a responsabilidade é grande. E a boa notícia é que esse caminho pode ser trilhado com ações concretas. Trabalhar a segurança psicológica, criar programas de reconhecimento baseados em valores e comportamentos, melhorar a comunicação interna e reduzir a burocracia desnecessária são apenas algumas das estratégias que fazem toda a diferença.

A Reconnect, que já ajudou empresas como Unilever, Grupo Boticário, Natura e Heineken a desenvolverem culturas mais saudáveis e produtivas, reforça que felicidade no trabalho não é sobre ser otimista o tempo todo. É sobre criar um ambiente onde as pessoas possam ser mais autênticas, realizadas e engajadas.

No fim das contas, empresas que investem no bem-estar dos seus profissionais estão, sim, investindo em um mundo melhor. Porque, quando mudamos a forma como trabalhamos, mudamos também a forma como vivemos. E isso, sem dúvida, faz toda a diferença.

Amélia Whitaker é fundadora da Visar Planejamento, boutique de comunicação com escritórios em São Paulo e Miami. Ciclista amadora e apaixonada por conectar pessoas e marcas que fazem a diferença, traz para a RSVP matérias e artigos sobre negócios, bem-estar e inovação com impacto positivo.