Ricardo Cotrim é um empreendedor em série, inquieto e sempre em busca do próximo desafio. Seu mais novo empreendimento é a BerryBites, uma agroindústria alimentícia que vem se destacando no segmento de sobremesas congeladas, com uma linha de snacks de frutas cobertos com chocolate, em versões sem açúcar e proteicas.
A mais recente novidade do negócio é uma linha de ovos de Páscoa congelados, que marca o ingresso da BerryBites na categoria e amplia o portfólio da empresa, mirando novos consumidores e oportunidades de compra.
Você tem experiência na formatação de negócios que acabam atraindo investidores, sendo a mais recente iniciativa nesse sentido a venda da marca de lácteos Búfalo Dourado ao fundo Aqua Capital. A BerryBites terá o mesmo destino?
Eu não sou o tipo de empreendedor apegado ao negócio e nem acredito que qualquer empreendedor seja nos dias de hoje. Se uma empresa ainda não recebeu investimentos externos, talvez seja porque não chegou ao estágio certo para o tipo de investimento almejado. Assim, claro, a BerryBites pode ter o mesmo destino da Búfalo Dourado. Estamos construindo um negócio sólido, e vejo a empresa aberta a investidores que ajudem a escalar a operação. Além disso, nada me impediria de permanecer no negócio, mantendo uma participação e influenciando seus rumos.
Como surgiu a ideia de estruturar a BerryBites?
Foi em 2024. O Franuí, bombom argentino de framboesa congelada coberta com chocolate, havia acabado de viralizar na internet brasileira, e o varejo estava muito interessado no produto. O problema era que a disponibilidade era bastante irregular. Então, um executivo de uma rede varejista que já me conhecia da época da Búfalo Dourado me propôs fabricar um produto similar.
Já tínhamos um cultivo comercial de mirtilo na Fazenda Sesmaria, em Amparo, interior paulista, onde criamos búfalos até hoje. Lá também havia a antiga fábrica da Búfalo Dourado, que poderia ser facilmente convertida para produzir o snack. Fizemos testes e percebemos que conseguiríamos criar uma versão local do produto com muita qualidade. Mas sabíamos que precisávamos inovar.
Em maio do ano passado, lançamos a primeira versão, que combinava mirtilo e framboesa, em vez de apenas framboesa. A linha também tinha cobertura de chocolate amargo e ao leite, ambos sem açúcar, numa proposta muito mais saudável e ainda rara na categoria. Depois, criamos versões proteicas, introduzimos novas frutas e agora estamos lançando a linha de ovos de Páscoa.
Como foi o desenvolvimento do negócio desde o lançamento da empresa?
Já estamos presentes em cerca de 500 pontos de venda no Brasil. Nossos parceiros incluem redes paulistanas como St. Marche e Casa Santa Luzia, a carioca Zona Sul, a mineira Meu Prata e as catarinenses Archer, Hippo, Koch e Imperatriz. Também acabamos de fechar com a rede Pão de Açúcar, o que eleva bastante o número de pontos de venda em que nosso produto está disponível.
Essas redes têm em comum o foco no público de maior renda, que costuma estabelecer tendências para os demais segmentos de consumo. Também são varejistas preocupadas em oferecer produtos de alta qualidade e novidades com diferenciais de saudabilidade. Esses fatores contribuíram para que a BerryBites alcançasse tanto espaço no varejo em menos de um ano.
Sobre a nova linha de ovos de Páscoa, o que a torna diferente em relação às muitas opções disponíveis no mercado?
A nova linha tem dois produtos. O primeiro é um ovo de chocolate de 380 gramas, coberto com uma camada de pistache e recheado com nossas BerryBites de framboesa congelada cobertas com chocolate, mas com uma cobertura extra de pistache.
O segundo é um ovo de chocolate ao leite, também de 380 gramas, que, em vez de tradicionais bombons, traz BerryBites sortidas, com recheio de framboesa e diferentes tipos de cobertura: chocolate ao leite, chocolate com framboesa ou chocolate com pistache.
Os dois ovos são produtos sazonais, vendidos apenas na Páscoa. Serão comercializados congelados, aproveitando os freezers onde nossos produtos já estão disponíveis nos supermercados. Aliás, somos a primeira empresa a lançar ovos de Páscoa congelados, que atraem o consumidor, inclusive, nos dias de muito calor.
A apresentação congelada também foi uma estratégia para introduzirmos nosso produto numa categoria altamente competitiva, dominada por marcas tradicionais. Dessa forma, enriquecemos o portfólio da empresa, criamos estratégias para atrair novos consumidores, geramos novas oportunidades de venda e seguimos inovando.
Depois do lançamento do Franuí, o segmento ganhou vários players. Como a empresa pretende continuar se destacando?
Com inovação. Se não continuarmos inovando, podemos virar a nova paleta mexicana: um produto que entrou na moda, teve seu momento e praticamente desapareceu.
Começamos com os snacks de fruta congelada, mas sempre trazendo atributos inovadores. Assim, caminhamos para nos tornar uma indústria cada vez mais competitiva, capaz de atuar com qualidade e inovação em diversas categorias, canais de venda e segmentos de consumo. Esse é o nosso diferencial e o que tornará a BerryBites cada vez mais atrativa para um futuro investimento.