O documentário “A Vida Secreta de Meus Três Homens”, de Letícia Simões, foi selecionado para o HotDocs, o maior festival de documentários da América do Norte, que ocorrerá de 24 de abril a 4 de maio de 2025, no Canadá. O filme apresenta uma investigação profunda sobre a violência no Brasil, explorando as vidas de três homens que tiveram papéis marcantes na trajetória da diretora.

Assim, a obra mistura ficção e documentário para retratar Fernando, um boêmio que foi colaborador da ditadura militar; Arnaud, um adolescente envolvido com um grupo de justiceiros; e Sebastião, fotógrafo negro e gay, que perdeu o amor de sua vida. Juntos, eles ajudam a questionar o Brasil atual, abordando temas essenciais como classe, gênero e raça. Por meio de suas histórias, o filme provoca reflexões sobre como a história do Brasil ainda repercute no presente.

Segundo Vicci Ho, curadora do festival, o documentário de Simões é uma “jornada meditativa” que mistura passado e presente. Ela destaca a forma inovadora do trabalho, que une arquivos e ficção, permitindo que as figuras retratadas compartilhem momentos cruciais de suas vidas. Isso cria uma narrativa profunda, que não só explora a história do Brasil, mas também a experiência pessoal de Letícia Simões, tornando a obra comovente e intensa.

Ademais, Letícia Simões explica que, como poeta e artista visual, sua abordagem estética é essencial para a construção do filme. Ela acredita que o processo de criação deve ser colaborativo, pois, ao fazer um filme, é necessário deixar espaço para o mistério da amizade, da criação e da invenção. Dessa forma, a construção do documentário foi permeada pela busca de novas formas de narrar, superando a violência histórica e criando novas realidades. Para ela, o cinema é uma ferramenta poderosa para recriar o mundo e transformar a realidade.

Sinopse:

Em “A Vida Secreta de Meus Três Homens”, três fantasmas se reúnem para investigar como o Brasil chegou ao cenário atual. Eles são Fernando, colaborador da ditadura militar; Arnaud, envolvido com justiceiros; e Sebastião, fotógrafo negro e gay que perdeu o amor de sua vida. O filme questiona a identidade do Brasil, sua herança de violência, e, por meio da poesia, oferece novas perspectivas e possibilidades.

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